Aqui ninguém conversa direito sobre quase nada
E estranho é o modo como quando conversam
Ninguém se preocupa tanto quanto devia
E quando o fazem é por meros prazeres individuais
Mundanos ou egoístas
Não atentam para o espírito
Acham perda de tempo perder tempo com isso
E com isso perdem mais do que o previsto
Uma vez ou outra aflora o espírito da graça
Não da graça graciosa
Mas da graça engraçada que não alcança nada
E que passa a vida inteira achando graça do nada no nada
Tudo o que eles são
Dificilmente sorriem mas gargalham com qualquer coisa
E aquele que à toa ri é porque ignora a terrível notícia *
Eles não lêem poesia!
Aqui ninguém lê ou discute coisa alguma
O máximo se agarram a uma responsabilidade
De criar filhos e mulheres à beira da exaustão
Trabalhos ingratos, salários injustos, cerveja e distração
E muita raça para sobreviver com alguma dignidade
Porém dificilmente evoluem
Eles trabalham mas não avançam
Brincam e se distraem
Dormem e se esquecem
Crescem e envelhecem
Pouco ama e muito se destrói
E seguem firmes o caminho
Quase sempre sem saber o que a vida quis dizer...
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
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