segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O ballet dos miseráveis

Por hora chega de cirandas
Abstrações do café à mesa do jantar
À hora de dormir à hora de sonhar
Os lençóis estão limpos no varal
E o vento que sopra já nos basta para ser feliz
Quando não há mais para onde ir
Quando há minas no quintal
Dançamos o ballet dos miseráveis
Repugnamos o sangue dos inocentes
Somos pessoas decentes
Tentando levar uma vida normal
Somos a folga da engrenagem
Que pensamos que não nos espreme
A dor dos outros que é a dor do mundo
Trabalhamos para termos o melhor feriado
E levarmos as crianças para passear no quintal dos outros
Com nosso andar alegre e penoso
De quem guarda a terrível notícia
Para a terrível idade
Lampejos de felicidade
Refúgios do coração
A vida deveria mesmo ser uma contínua celebração
Então que a celebremos em paz
Que durmamos em paz
Que descansemos em paz
Amém!

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