sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Inverno com sol

As crianças flutuando em velozes bicicletas
Correndo sem pressa
Contra o vento e à favor
Emanando gritinhos empolgados
Bem nas primeiras horas
Do dia e da manhã de um inverno com sol
Dentro de um tempo bom e agradável, eu sei
Existe poesia ali, eu sei ( eu sei que existe! )
Eu sinto, eu capto, eu vejo!
E ali permaneço
Imóvel no silêncio do gracejo sublime que a vida me traz
Eu vivo a cena e morro nela
Eu as vejo da janela
E me misturo a elas
Que não notam
Que não sabem, que nada sabem
Que me invadem e que me varrem
Com o vento que me atropela
O poeta é uma delas
Se reconhece nelas
Que devoto tanto as ama
Mas elas são fugazes, ases, átomos de energia, pilotos do espaço sideral
Anjos que não se sabem
Mas que o poeta vê e crer
E não consegue descrever
Mas insiste e persiste até que desiste
Pois entende que o que transcende é viver simplesmente viver!
O poeta larga a pena, contempla a cena e se contenta
Apenas saúda o que ver!

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