segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O poema de Drummond

Ainda lembro bem do quintal de minha vó
Do cercadinho cheio de galinhas e pintinhos ao redor
E eu correndo atrás maravilhado sem igual
Minha tia com cuidados de mãe não se descuidava um só minuto de mim
Meu avô com seu cachimbo não deixava eu chegar perto
Cuidava de mim também na sua cadeira de balanço
O outro avô, por parte de pai, urgia com o gado que dizia que era meu
Quero não vô, como vou levá-los para casa?! Indagava inocente
Lembro do chão de sapê, de terra onde tinha rinha de galo
Da água correndo num córrego ao lado e a gente escovava os dentes na bica improvisada com água de procedência duvidosa
A privada era um buraco no chão
O telhado era de barro e o barraco de madeira
Mas o cheirinho de terra molhada quando chovia, humm! lembro até hoje
E a janta era macaxeira com manteiga e café
E o café era ovo frito com cará e café feito na hora e no pilão
Lembro com nostalgia essa parte da minha infância
Me balançando nas tranças das árvores e nos seus galhos que eu quebrava sem querer
Oh, meu Deus como eu lembro e como lembro
O poema de Drummond
que lembra bem de Robinson Crusué
Que diz que é mais feliz que ele é
É poeta...
Eu também sou Drummond, eu também Era...

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