Por que tens os pés tão sujos
E tuas roupas, que pavor!
Seus dentes encardidos e cabelos imundos
Tão duros de tão sujos
Mais parecem uma ruma de ratos
Que vivem jogados na latrina do mundo
Largado na imundície das calçadas infectadas de indesejáveis solidões
Por que rastejas feito um verme
E habitas a inenarrável escrotidão do mundo
E se dispõe à cata de restos de comida nas lixeiras entupidas de podridão
Sem um ístmo de reação
(será que ainda lhe resta alguma dignidade)
Porque ainda sois meu semelhante
Lhe trago ainda com alguma piedade nos olhos
E na alma
Alguma angústia indefinida perdida sem solução
Para logo adiante descartar-te em silêncio inescrupuloso
Em minha mente
Covarde e tranqüila e solitária mente in-feliz
Simplesmente isso...
Um pouco do amargo sabor de lembrar do humano que sou
Por poder alguma piedade ou misericórdia ainda sentir
Pelo meu disperso semelhante distante caído bem perto de mim...
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
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