segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Daqui do mundo

Estamos tão mortos quanto os que já morreram!
Não há nada interessante lá fora
Agora aqui dentro
O mesmo eu preso de sempre
Tentando sobreviver com amarras entre os dentes
Dono dos sonhos mais lindos já sonhados
“Sujos” de tanto que se ajeitam
Fascinados com o amor que a tanto me rejeita
Ou se esconde bem longe e logo ali
Entre os amigos vejo flores mortas num jardim
Que se confunde com o paraíso perdido de todos nós
Uma vida inconseqüente foi tudo o que tivemos
E o que criamos, meu amigo, foram nuvens de algodão
Um alegre arco-íris sobre uma plantação cheia de corvos amigos e famintos
Talvez tenhamos sido mesmo o nosso próprio inimigo
Se rimos o tempo todo para o objetivo não alcançado
Que também inventamos
Talvez nem mesmo existimos
E insistimos em acreditar porque mamãe falou
Se papai nos concedeu toda a força do mundo
Num minuto doravante inacreditável
Sim, meu amigo, eis a sala do nosso velório
Estamos todos mortos e ainda brindamos ao futuro
Acredite meu amigo
Não há mais nada de interessante lá fora...

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